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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

MEU TEXTO NOSTALGIA E ACEITAÇÃO SEGUNDO LUGAR

               É dia de primavera. Um vento característico sopra agitando as árvores, as flores e espalhando o pólen no ar. Fecho os olhos e lembro-me de tantas outras primaveras que vivenciei cercada por meus amores. Minha primeira imagem é de minha mãe, a cada manhã varrendo as folhagens e as flores que caiam com o vento. Mesmo que eu pedisse para ela não o fazer não adiantava. Gostava disso e depois se sentava para ler o jornal do dia.
            Recordo as alterações de saúde, ou seja, o surgimento das alergias. Surgia a primavera, o vento e logo os espirros de meu marido e das crianças. Era em virtude do pólen e do perfume de algumas flores. O jasmim, ele adorava o perfume e não causava problemas.
             Amava flores, de todos os tipos e cores. Seguidamente chegava com mudas para plantar. Quando florescia logo me chamava para ver e as fotografava.  Era seu passatempo predileto, após a aposentadoria. Fazia tão bem que realizou algumas exposições fotográficas. Após sua partida para junto de Deus, algumas flores ainda nasceram o que me fazia sorrir. Uma onda de nostalgia me invadia e era como se ele estivesse me presenteando com as flores como sempre o fazia.
               Um sentimento bom me invade recordando tantas coisas boas vividas com minha família, desde que meus filhos nasceram até tornarem-se adultos.  Essas recordações não me trazem tristeza, mas a certeza que são os momentos vividos com intensidade que nos fazem felizes, e que ao serem recordados ainda fazem brotar leves sorrisos em nossos lábios provando que são as lembranças que tornam as pessoas eternas em nossos corações e em nossas vidas.
             O som de uma música me transporta aos salões dos bailes onde gostávamos de dançar e nos divertirmos recordando a época que nos conhecemos e namorávamos.
              Lembranças de toda natureza invadem meu ser revivendo o crescimento de nossos filhos, as suas conquistas, nossas viagens, os momentos de alegria, os de tristezas que nos tornaram mais unidos para vencer os obstáculos e nos fortalecermos uns nos outros.
              Percebo entre as cenas deste filme nostálgico que se desenrola em meus pensamentos, que apesar das tristezas que juntos enfrentamos e da que enfrentei ao ficar sem sua companhia que sou uma pessoa feliz. Esta tem sido minha conclusão em todas as circunstâncias, pois tive a graça divina de ter a ele, nossos filhos, nossos netos e termos vivido felizes amparados um no amor do outro, nos fortalecendo como seres individuais com fé, esperança e crença no futuro e como família, como núcleo de amor, de solidariedade, e caridade para com aqueles a quem amamos e com quem convivemos.
                A certeza de que tudo é efêmero e, ao mesmo tempo, infinito me convencem que o segredo da vida, e da felicidade está em aceitar esse paradoxo: finitude / eternidade e que se sentir alvo das benesses divinas está em cada um saber viver e usufruir destes momentos como sendo as coisas mais caras e valiosas de nossas vidas.
                Assim, recordando só os momentos felizes, teremos momentos de nostalgia e não de dor. É preciso saber viver e agradecer.
                                            
                                         Isabel C S Vargas
                                          Pelotas-RS-Brasil

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