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terça-feira, 14 de outubro de 2014

MEU TEXTO CADERNO HUMANISMO Nº 5

                                              

           Antigamente, há cerca de cinquenta anos, estudávamos mais humanismo nas escolas. Estudávamos sociologia, filosofia, noções de espiritualidade em religião, além de um apanhado das religiões em geral. Nas escolas particulares havia o estudo do catolicismo naquelas escolas de orientação religiosa cristã, de várias ordens.
           Queiramos ou não, os alunos pensavam , questionavam, buscavam responder aos questionamentos colocados pelas respectivas disciplinas.  As disciplinas humanísticas proporcionavam mais embasamento aos jovens.
            Com o advento da ditadura extirpou-se filosofia, sociologia, que cheguei a estudar no magistério.
             Surgiu a tecnologia que é algo absolutamente fungível. O que hoje é moderno, amanhã é obsoleto. A competição tornou-se por demais acirrada. O mundo é essencialmente líquido segundo Bauman nos dias atuais.
               O acesso ao ensino superior mudou totalmente. Reformas no ensino básico e no ensino médio. Toda mudança gera insegurança.
               Após os anos dourados que tanta nostalgia traz, surgiram os anos de chumbo. Nesse intervalo, o mundo teve a revolução do tropicalismo, do feminismo, da liberdade de Woodstock. Da apologia ao amplo consumo de drogas.
              Os jovens perdidos no meio das mudanças, a espiritualidade passando ao largo, os pais em uma via diferente dos filhos, a falta de uma linguagem comum e inteligível que os fizessem compreender-se mutuamente, gerando confusão, fuga da realidade, falta de diálogo até pelo fato dos pais estarem tão alheios às mudanças quanto os jovens.
                Nunca o mundo mudou tanto e tão rápido.
                A medicina avançou, Criaram-se medicamentos, procedimentos revolucionários capazes de salvar e prolongar a vida. 
                Paralelo a tudo isso o mundo se torna rápido, cruel, competitivo, exigente.
                Como tudo ocorre tão rápido nem os núcleos familiares estão preparados para lidar com as transformações.
                 Começou, embora com prescrição médica o uso indiscriminado de drogas
sintéticas, medicamentos controlados, tarja preta.
                   É droga para a ansiedade, depressão, doenças psíquicas, drogas para estabilizar os profissionais que lidam com essas categorias de pacientes, e assim sucessivamente.
                    É droga para a família, pois a doença de um, adoece a família toda. E todos vão sendo subjugados.
                    A ditadura da beleza que exige que todos sejam esbeltos, lindos, pois obesidade é sinônimo de relaxamento, preguiça para uns e não doença como na realidade é. O mercado de trabalho tem restrições contra os obesos apesar de a lei garantir acesso ao mercado de trabalho, inclusive aos portadores de deficiência.
                   A pressão torna-se cada vez mais forte, cruel e desumana. E as pessoas não têm esclarecimento nem lucidez para perceber a manipulação, inclusive, midiática acintosa ou subliminar e para suportar ou não sucumbir na baixa autoestima ou depressão passam a se entupir de drogas, legais porque são prescritas em receita, mas carregadas de efeitos colaterais as quais passam a usar muitas vezes com orientação médica e outras até a revelia usando subterfúgios para obter as receitas, conforme vimos muitas vezes denunciadas nos programas televisivos.
                       Mais do que nunca a família tem que se cercar de cuidados para evitar que seus filhos, adolescentes ou jovens se vejam emboscados neste emaranhado de drogas do qual é difícil de sair pela dependência, ou pela falta de recursos dos familiares, de políticas capaz de dar suporte forte através de medicina pública.
                         E, finalizando, apesar de tudo, não são só os carentes que se envolvem nisto, há pessoas abastadas, esclarecidas que também se envolvem na dependência destas drogas sintéticas, muitas das quais com aparência lícita, mas viciantes e danosas pelo mau uso ou uso indiscriminado.
              
                                              Isabel C S Vargas
                                               Pelotas-RS-Brasil
            



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