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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ANTOLOGIA IMAGEM E LITERATURA Nº 18

                                                     

                   Há cerca de uns 20 anos meu marido e eu levamos ao Uruguai e Argentina uma excursão de dois ônibus de alunos da escola onde meus filhos estudavam. Fazíamos parte da organização da excursão por sermos presidentes da associação de pais e mestres.
                  Foi, sem dúvida, a melhor experiência de nossas vidas em se tratando de algo neste segmento.  Tudo ocorreu de forma perfeita. Os alunos tiveram comportamento exemplar, pois eles ficariam alojados em casa de alunos das escolas da localidade para onde estávamos indo. Era um intercâmbio esportivo.
Interessante que logo à nossa chegada eles ficaram muito embaraçados, os meninos. Saliento que suas idades eram variadas, de 13 a 17 anos mais ou menos. O constrangimento foi porque à medida que eles iam sendo encaminhados às famílias com quem ficariam hospedados eles eram saudados, efusivamente, com muito carinho e receptividade pelos membros da família, com beijo, inclusive, tanto pelo menino da casa, como pelo pai.
Isto foi motivo de estranhamento, pois aqui não é hábito ele se saudaram com beijo na face. Antigamente os homens não beijavam nem seus próprios filhos, quanto mais colegas saudarem-se através de beijo.
                    Ocorre que ficamos lá alguns dias e eles tiveram de se adaptar e beijar seus colegas que os recepcionavam tão bem.
                    O mais incrível de tudo, e por isto esta experiência foi muito gratificante, foi que no dia das despedidas todos estavam emocionados, as famílias e eles, e nós também. Choramos emocionados pela bela e calorosa acolhida que tínhamos tido durante aqueles dias, pela amizade que criamos e naquele momento os meninos tão constrangidos na chegada, sequer lembravam-se disso e despediam-se dos acolhedores com um afetivo beijo na face, provando a bobagem do ditado que homem não chora e que homem não beija homem. Uma das lições práticas que aprendemos, meu marido e eu, foi que meu menino que virou anjo, aprendeu que beijar é uma das demonstrações de carinho mais lindas que tem e sempre beijava o pai sem qualquer constrangimento .
Graças à evolução do pensamento das pessoas, os beijos não mais se tornaram escassos.
            E, como um beijo faz falta para adoçar a vida das pessoas.
                                        Isabel  C S Vargas
                                         Pelotas-RS-Brasil

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