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terça-feira, 28 de maio de 2013

Publicação no Blog do Varal do Brasil por Jacqueline Aisenman


SIMPLESMENTE: SIMPLICIDADE



Texto redigido a várias mãos pelo Grupo Varal do Brasil no Facebook.





Simplicidade é uma arte para descobrir todos os sabores do mundo e encontrar a harmonia. Tudo que é bom é simples, tudo que é mau é complicado; mas, às vezes, a simplicidade se disfarça em confusão. Muitos não querem mostrar que são simples: por defesa, ou insegurança colocam uma barreira que impede os relacionamentos verdadeiros. Acreditam que ser simples é ser humilde, destituídos de poder. Numa sociedade onde impera a imagem, as pessoas entram no imperativo tal qual adolescentes que, para se fortalecerem, precisam estar inseridos em grupos. Simplicidade é mostrar a alma lavada, sem maquiagem, sem disfarces, sem retoques, pois é somente ela quem sobrevive. O resto é temporário, finito e mortal.






Simplicidade é um pingo de chuva que pode trazer vida e semear alegria em todos os corações. Uma gota de orvalho, ou um botão de camisa através dos olhos de uma bordadeira e “patchworkeira”, que prende na costura a beleza e a simplicidade do viver. Aprende primeiro a dar um nozinho na linha, marca o pano e alinhava, prendendo o botão e arrematando no avesso. Depois, a agulha é lançada, não para somente furar, mas para segurar sem incomodar. O ser humano é como um bordado, preso a grilhões; se bem contornado, permanece fiel à sua missão no planeta Terra. E na simplicidade estão os sentimentos elevados. É saber SER antes do que o TER. Despertar com olhos que sabem ver a beleza de cada manhã, da menor gota de orvalho que revigora o amanhecer, ao justo saber que cada coisa recebe o valor que cada um coloca. Onde será que colocamos nossa simplicidade? Vamos à cata! Sábio é o sol que, com simplicidade, se esconde e, com esplendor, se mostra.






A vida simples traz alegria em qualquer idade. Traz felicidade, cria igualdade, é magia! Com simplicidade, o poeta escreve grandezas do coração, sem ter tendência a ser como Narciso, passando a metade da vida com a cabeça curvada e a outra, tentando levantar. O EGO é como a ponta do iceberg: somente podando é que vamos conhecer a profundidade. Tênue é a linha que separa o olhar para si mesmo com amor-próprio e confiança, conservando assim a humildade de saber-se um “eterno aprendiz”, sem cair na armadilha de “só” olhar para si mesmo, ao ponto de deixar de enxergar o outro que tanto pode lhe acrescentar. Os que caem nessa armadilha costumam ser prepotentes e arrogantes, e dificilmente percebem uma realidade que não seja a própria. Necessitamos cautela e sabedoria para lidar bem com o ego (importante e intrínseco a qualquer ser humano), pois colocando inteligência às emoções, nos tornamos acessíveis colaboradores, fazendo com que a simplicidade seja valorizada. Lembremos que a vida é um sopro. Isso já reduz bastante a tentação, a fragilidade e o devaneio da mente, o local onde criamos fantasmas que nos afastam do encontro com nós mesmos. Duas verdades se aproximam uma da outra, a que vem de dentro e a que vem de fora; onde elas se cruzam, temos a chance de um auto-exame. Na encruzilhada é onde a simplicidade mora.






O desabrochar de uma flor, o brilho de uma estrela, o canto de um pássaro, são eventos simples com sopro de eternidade. Um dia de sol, um sorriso no olhar, um gesto no falar, roupas no varal, é quase utopia. Mas, na pureza de tudo isso, está a simplicidade de um mundo verdadeiro, resumido no rosto de uma criança. Numa praia, engolimos com os olhos as ondas que vêm, mas se passamos a ouvir a sonoridade rítmica, o mundo se transforma em felicidade. Como flores de laranjeira na grinalda de uma noiva, a simplicidade não ignora o necessário, nem impede a busca de tudo que se quer. Ensina a valorizar o essencial, que está ao redor, na justa medida do que cada um precisa para ser feliz! A vida segue seu curso como um rio com seus bancos de areia que o canoeiro navega com sabedoria, sem nem mesmo saber explicar. Os gestos de amor de uma mãe para com seus filhos é a simplicidade do sentimento mais profundo. Ser, estar ou apenas aconchegar tranquiliza até a fúria do mar. No SER estão os mecanismos que nos permitem viver mais intensamente o corriqueiro, simplificando a vida, já que o dia a dia são repetições de idas e vindas do sol. E sem esquecer a simplicidade das palavras que voam pelos dedos e se aconchegam no papel como se ali tivessem vivido toda a eternidade... amo você!










Participantes:




Carmen Di Moraes - Caroline Baptista Axelsson - Cida Gaiofatto - Dulce Rodrigues - Dulcio Ulyssea Júnior - Dulenary Santana - Flavia Assaife - Inês Carmelita Lohn – Isabel Vargas - Jacqueline Aisenman - Jô Ramos II - Juca Cavalcante - Ly Sabas - Ney de Bohon - Norália Castro - Rita Pea - Silvana Sil - Susana Zilli





Organizadora do texto: - Caroline Baptista Axelsson


Coparticipante da organização: Norália de Mello Castro

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