HOMENS
Isabel
C S Vargas
“Homens
e mulheres devem ser iguais no direito à oportunidade de desenvolver plenamente
suas potencialidades, mas, definitivamente não são idênticos nas capacidades
inatas.”
Allan
e Barbara Pease
Quando discorremos sobre homens
ou mulheres, não é raro começar a apontar falhas, defeitos, ou ter atitudes
discriminatórias. O que ocorre muitas vezes é a falta de percepção ou não
reconhecimento de características próprias de cada um, que não implicam em
defeito ou sinal de menos inteligência ou valor. Torna-se necessário buscar as
origens para tentarmos entender os fatos, o aqui e o agora e estabelecermos uma
percepção que nos permita uma visão mais clara para não incorrermos em
constantes erros ou falácias.
Valho-me de opiniões de autores
abalizados para fundamentar meu posicionamento. Os autores supra citados falam
no uso dos hemisférios para justificar diferenças óbvias entre homens e
mulheres. Um usa a racionalidade, o outro a emoção.
Içami Tiba os denomina de homem-
cobra e mulher- polvo. Isto baseado nas características inatas de cada um. Já
viram homens fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo? Nada excepcional. Coisas
tipo cuidar do almoço no fogão, colocar roupas na máquina de lavar, atender ao
telefone e ainda olhar o tema da escola do filho que pede socorro e atenção,
tudo isto simultaneamente? Impossível não é? Mas não se trata de má vontade,
burrice ou falta de atenção com a esposa ou companheira. É preciso entender as
características que ao longo dos séculos se incorporaram à genética.
Eles tinham que ter o olho aguçado,
certeiro para conseguir abater a caça e trazer o alimento para a família.
Inclusive sob pena de desmoralização se não o fizessem. Em contrapartida, elas
deveriam alimentar a prole, vestir, plantar, cuidar dos idosos, zelar para que
os remanescentes no local não se perdessem ou se afastassem enquanto os homens estavam
fora, considerando que um descuido poderia resultar em um ataque de animal
feroz, captura por inimigo ou outras coisas desastrosas pelas condições
inóspitas dos lugares de outrora.
Aos homens cabia uma função
diferente das funções femininas o que implica, invariavelmente, em
desenvolvimento de habilidades diversas. Responsabilidades diferentes, porém
não menos importantes.
O erro que persiste até a atualidade
é supervalorizar um em detrimento do outro e atribuir valores diferentes aos
gêneros.
O ideal, o correto e justo é
igualdade nas diferenças. Isto implica em respeito.
Com a revolução industrial, acesso ao mercado de
trabalho pelas mulheres, divisão de tarefas, a conduta masculina vem se
modificando. Com isto já não se vê mais as típicas e simplórias expressões:
“Isso é coisa de homem” ou “Isso é coisa para mulheres”.
Os homens deixaram de se enquadrar
naquele estereótipo durão que não chora, e outras tantas coisas tolas. Homem
chora sim, cuida de filho, troca fralda, faz mamadeira, vai ao parquinho,
penteia cabelo das suas filhas, ouve suas reclamações, conta historinha, brinca
de boneca ou de super-heróis e ainda encontra tempo para descansar a armadura e
andar de quatro no chão para o filho montar em suas costas. Nos intervalos entre
a tarefa profissional, o ser pai e ser marido, ainda é capaz de passar aspirador de pó na casa, ir ao super ou
fazer um churrasquinho no final de semana para aliviar a esposa. Há os que
ainda levam flores, chocolate ou perfume. Enfim, desenvolveram a sensibilidade
e as potencialidades femininas. Sem qualquer ironia ou gozação nisso, creio que
as pessoas, independente de sexo, quando amadurecem desejam viver bem e isso
inclui despojar-se do egoísmo natural.
Daí surge essa atitude de companheirismo e partilha.
Evidentemente não somos tolos de
achar que isto é unanimidade, pois ainda temos uns tantos brutamontes que se
não tivessem um resquício de temor da lei, ainda arrastariam as suas mulheres
pelos cabelos como na época das cavernas. Há aqueles que em função do álcool ou
das drogas, espancam a cada bebedeira,
namoradas, filhos, esposas, mães e pais idosos. Ora, racionalizemos, então.
Bons e ruins, santos ou demônios, traiçoeiros ou fiéis, crápulas ou honestos
são adjetivos que cabem em qualquer ser humano, independente de gênero.
Assim sendo, dá para darmos um voto
de confiança aos homens, cuja cotação no mercado feminino geralmente se encontra
em alta.
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