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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

CRÔNICA PREMIADA COM PRIMEIRO LUGAR


                                                               HOMENS

                                                                                     Isabel C S Vargas


“Homens e mulheres devem ser iguais no direito à oportunidade de desenvolver plenamente suas potencialidades, mas, definitivamente não são idênticos nas capacidades inatas.”
                                                                                  Allan e Barbara Pease

               Quando discorremos sobre homens ou mulheres, não é raro começar a apontar falhas, defeitos, ou ter atitudes discriminatórias. O que ocorre muitas vezes é a falta de percepção ou não reconhecimento de características próprias de cada um, que não implicam em defeito ou sinal de menos inteligência ou valor. Torna-se necessário buscar as origens para tentarmos entender os fatos, o aqui e o agora e estabelecermos uma percepção que nos permita uma visão mais clara para não incorrermos em constantes erros ou falácias.
            Valho-me de opiniões de autores abalizados para fundamentar meu posicionamento. Os autores supra citados falam no uso dos hemisférios para justificar diferenças óbvias entre homens e mulheres. Um usa a racionalidade, o outro a emoção.
             Içami Tiba os denomina de homem- cobra e mulher- polvo. Isto baseado nas características inatas de cada um. Já viram homens fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo? Nada excepcional. Coisas tipo cuidar do almoço no fogão, colocar roupas na máquina de lavar, atender ao telefone e ainda olhar o tema da escola do filho que pede socorro e atenção, tudo isto simultaneamente? Impossível não é? Mas não se trata de má vontade, burrice ou falta de atenção com a esposa ou companheira. É preciso entender as características que ao longo dos séculos se incorporaram à genética.
            Eles tinham que ter o olho aguçado, certeiro para conseguir abater a caça e trazer o alimento para a família. Inclusive sob pena de desmoralização se não o fizessem. Em contrapartida, elas deveriam alimentar a prole, vestir, plantar, cuidar dos idosos, zelar para que os remanescentes no local não se perdessem ou se afastassem enquanto os homens estavam fora, considerando que um descuido poderia resultar em um ataque de animal feroz, captura por inimigo ou outras coisas desastrosas pelas condições inóspitas dos lugares de outrora.
            Aos homens cabia uma função diferente das funções femininas o que implica, invariavelmente, em desenvolvimento de habilidades diversas. Responsabilidades diferentes, porém não menos importantes.
            O erro que persiste até a atualidade é supervalorizar um em detrimento do outro e atribuir valores diferentes aos gêneros.
            O ideal, o correto e justo é igualdade nas diferenças. Isto implica em respeito.
            Com a  revolução industrial, acesso ao mercado de trabalho pelas mulheres, divisão de tarefas, a conduta masculina vem se modificando. Com isto já não se vê mais as típicas e simplórias expressões: “Isso é coisa de homem” ou “Isso é coisa para mulheres”.
            Os homens deixaram de se enquadrar naquele estereótipo durão que não chora, e outras tantas coisas tolas. Homem chora sim, cuida de filho, troca fralda, faz mamadeira, vai ao parquinho, penteia cabelo das suas filhas, ouve suas reclamações, conta historinha, brinca de boneca ou de super-heróis e ainda encontra tempo para descansar a armadura e andar de quatro no chão para o filho montar em suas costas. Nos intervalos entre a tarefa profissional, o ser pai e ser marido, ainda é capaz de  passar aspirador de pó na casa, ir ao super ou fazer um churrasquinho no final de semana para aliviar a esposa. Há os que ainda levam flores, chocolate ou perfume. Enfim, desenvolveram a sensibilidade e as potencialidades femininas. Sem qualquer ironia ou gozação nisso, creio que as pessoas, independente de sexo, quando amadurecem desejam viver bem e isso inclui despojar-se do egoísmo natural.  Daí surge essa atitude de companheirismo e partilha.
            Evidentemente não somos tolos de achar que isto é unanimidade, pois ainda temos uns tantos brutamontes que se não tivessem um resquício de temor da lei, ainda arrastariam as suas mulheres pelos cabelos como na época das cavernas. Há aqueles que em função do álcool ou das drogas,  espancam a cada bebedeira, namoradas, filhos, esposas, mães e pais idosos. Ora, racionalizemos, então. Bons e ruins, santos ou demônios, traiçoeiros ou fiéis, crápulas ou honestos são adjetivos que cabem em qualquer ser humano, independente de gênero.
            Assim sendo, dá para darmos um voto de confiança aos homens, cuja cotação no mercado feminino  geralmente  se encontra  em alta.

             





                                                                                 

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