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domingo, 15 de junho de 2014

MEU TEXTO EM CONTOS DE AMOR E DESAMOR EDIÇÃO ESPECIAL 2014




Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS

Território perdido


Alice era uma jovem linda, educada, obediente, uma princesa. Seus olhos azuis a todos encantavam. Sua meiguice a tornava mais bela, Sua simpatia era um passe livre em todos os lugares em que aparecia.
Na família era considerada a “certinha”, a queridinha, caçula das meninas.
Aos dezesseis anos conheceu aquele que seria o amor de sua vida. Aliás, conheceu antes dos quinze. Como ele era comprometido, nem o olhou com atenção. Mas, ele a notou e a procurou. Conversaram varias vezes, mas ela desconversou pelo status dele. Sentia-se culpada de estarem a conversar e aceitar sua atenção. Um ano se passou e quando ela havia completado um ano sem vê-lo ele a procurou dizendo-se livre.
O amor reprimido explodiu, Parecia que se conheciam a vida toda. Era bonito de ver o amor de ambos. Era tão delicado, tão lindo, e ao mesmo tempo tão exuberante como uma flor pelas características que vi naquele relacionamento. Havia beleza, pureza, ingenuidade, cuidado, carinho. Cuidavam um do outro e do amor que os unia como se fosse uma jóia rara, delicada e inigualável, Assim foram durante vários anos.
Cresceram junto como pessoa, profissionais. Após a formatura todos esperavam pelo casamento. Mas, ele não achava momento para isso. Não havia dinheiro suficiente, teriam de convidar muita gente e uma infinidade de outras razões.
Apesar de o relacionamento passar por várias crises, na maioria das vezes não notadas pelos de fora, pela discrição com que ela manejava as situações, eles decidiram morar juntos, principalmente ela, acreditando que assim afastariam os maus momentos. O amava demais e não desejava perdê-lo.
Ela que sempre desejou coroar seu conto de fadas com casamento, vestido branco, igreja, tudo de modo tradicional, abriu mão de seus sonhos em nome do amor.
Pobre Alice. Foi como cair no buraco, perder o chão, apequenar-se e ter toda uma sorte de dissabores e pesadelos.
Não imaginava que ela mesma almejaria sair do labirinto que esse relacionamento se tornaria, e que ao sair de lá jamais voltaria ao mesmo lugar.
Ele, o amor não passava de um coelho maluco. Fez com que ela vivesse situações incríveis, se questionasse sobre sua vida, até descobrir que ele, o amado, não era nada daquilo que apresentava ser.
Descobriu-o um mulherengo, mentiroso, falso, apesar de charmoso, ou quem sabe por isso mesmo. Caráter passava longe. Um ator e tanto.
Saiu do buraco. Nunca mais confiou nos homens, não achou seu lugar nem na vida de antes nem na atual.
Segue a procura dos sonhos perdidos, de si mesma, da sua felicidade.








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