Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS
Ninho vazio
Ela deitada na rede no alpendre da casa parecia estar em completo relaxamento, gozando as delícias do momento, sem compromisso, sem perturbação aparente. Quem a visse diria estar em sintonia com o ambiente que a cercava. Praia, tranquilidade, brisa suave a soprar no início de outono de temperatura amena. Animais de estimação descansando a seus pés parecendo todos integrados em perfeita harmonia.
Seus pensamentos, entretanto, não condiziam com a aparência, pois as dúvidas a perturbavam. A incerteza era sua companheira. Começava uma nova etapa de sua vida. Nunca pensou que chegaria tão rápido. Parece que fazia tão pouco tempo que haviam se conhecido, namorado, casado. O ciclo, entretanto já se havia completado. Casamento, filhos pequenos, correria para trabalhar, acompanhar seu crescimento, vivenciar com intensidade todas as etapas da vida de cada um. E, eram quatro. Trabalho e satisfações intensas. Alegrias, surpresas. Alvoroço de família reunida. Avós ao redor da mesa, risadas, alegrias eternizadas em centenas de fotos espalhadas em inúmeros álbuns em uma ânsia de guardar estes momentos como se assim fazendo durassem para sempre.
As crianças cresceram, os idosos se foram, Outro ciclo começou. Namoro, noivado casamento. A primeira neta. Recomeço com sabor de doçura duplicada. Novos encantamentos. Tudo em ritmo de festa.
A perda dos avós, embora sentida fazia parte de um ciclo natural.
Então, inesperadamente, brutalmente, ela diria o ciclo foi rompido e o filho caçula, com toda vitalidade, teve a vida ceifada. O caos se instalou. Pensou na sobreviver. Sobreviveu.
Embora se sentindo mutilada, seguiu vivendo. Nunca pensou que teria forças para tal. Talvez fruto de sua eterna teimosia. Nunca se deixou abater com as dificuldades. Não via opção senão lutar e ir em frente. Não se deixava vencer.
Quando pensava estar se acomodando a esta nova realidade eis que a vida lhe passa outra rasteira. Agora, o marido sucumbe. A enfermidade vence. Ele junta-se ao filho.
E ela? Qual será seu novo caminho? Como enfrentará o ninho vazio? Terá forças para seguir sozinha? Todas estas indagações povoam seus pensamentos. Tudo passou tão rápido...
Um filme passa em sua mente. Nem parece que se passaram quarenta anos. O ciclo segue avassalador.
Seus pensamentos, entretanto, não condiziam com a aparência, pois as dúvidas a perturbavam. A incerteza era sua companheira. Começava uma nova etapa de sua vida. Nunca pensou que chegaria tão rápido. Parece que fazia tão pouco tempo que haviam se conhecido, namorado, casado. O ciclo, entretanto já se havia completado. Casamento, filhos pequenos, correria para trabalhar, acompanhar seu crescimento, vivenciar com intensidade todas as etapas da vida de cada um. E, eram quatro. Trabalho e satisfações intensas. Alegrias, surpresas. Alvoroço de família reunida. Avós ao redor da mesa, risadas, alegrias eternizadas em centenas de fotos espalhadas em inúmeros álbuns em uma ânsia de guardar estes momentos como se assim fazendo durassem para sempre.
As crianças cresceram, os idosos se foram, Outro ciclo começou. Namoro, noivado casamento. A primeira neta. Recomeço com sabor de doçura duplicada. Novos encantamentos. Tudo em ritmo de festa.
A perda dos avós, embora sentida fazia parte de um ciclo natural.
Então, inesperadamente, brutalmente, ela diria o ciclo foi rompido e o filho caçula, com toda vitalidade, teve a vida ceifada. O caos se instalou. Pensou na sobreviver. Sobreviveu.
Embora se sentindo mutilada, seguiu vivendo. Nunca pensou que teria forças para tal. Talvez fruto de sua eterna teimosia. Nunca se deixou abater com as dificuldades. Não via opção senão lutar e ir em frente. Não se deixava vencer.
Quando pensava estar se acomodando a esta nova realidade eis que a vida lhe passa outra rasteira. Agora, o marido sucumbe. A enfermidade vence. Ele junta-se ao filho.
E ela? Qual será seu novo caminho? Como enfrentará o ninho vazio? Terá forças para seguir sozinha? Todas estas indagações povoam seus pensamentos. Tudo passou tão rápido...
Um filme passa em sua mente. Nem parece que se passaram quarenta anos. O ciclo segue avassalador.