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sábado, 15 de setembro de 2012

Publicação no Livro de Ouro do Conto Brasileiro








 Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS



Roberto, o menino-anjo


A história que vou lhes contar é uma história muito bonita e verdadeira.
Ela conta a vida de um anjo. Um lindo anjo que veio ao nosso planeta para conviver conosco e ajudar as pessoas, além de trazer a todos com quem convivia muita paz, muita alegria, muita união.
Esse anjo-menino nasceu em um dia muito especial. Em uma Sexta-Feira Santa, que antecede ao sábado de Aleluia e a Páscoa que tem um significado muito importante.
Páscoa é renascimento, vida nova.
E foi nessa época que Roberto nasceu. Sim, este era o nome do menino. Só que ele não sabia que era anjo e que viria para dar muita alegria para sua família.
Ele era como o amanhecer, bem clarinho, os seus olhos eram como um pedacinho do céu. Azul. Muito azul. E seus cabelos eram como do Pequeno Príncipe, loiros, dourados como os raios do sol que se refletem na água.
Roberto era o único em uma família que só tinha meninas. Isto significa que ele foi muito, mas muito amado mesmo por todos, pelo seu pai, Francisco, pela Isabel sua mãe e pelas manas que o adoravam.
Quando ele era bem pequenino tinha muita gente à sua volta. Para as manas, a Ângela, a mais velha, a Francine, a do meio, e a Márcia era como se ele fosse um brinquedo encantado. Todas queriam estar com ele. Cada uma cuidava dele de um jeito. Afinal, cada uma era diferente da outra e as idades também eram diferentes.
Mas uma coisa era certa, todas eram também um pouco mãezinhas dele. Todas as meninas gostam de brincar de boneca, pois ele era o boneco que elas gostavam de brincar e de cuidar com muito carinho. Davam banho, arrumavam , levavam para passear, alimentavam.
A Francine até o batizou tornando-se além de irmã, madrinha dele.
Todos eram muito unidos, sempre os mais velhos cuidando dos menores.
E assim, Bebeto, como também era chamado em casa foi crescendo muito feliz, muito cuidado e amado.
Próximo a casa deles morava ainda a avó que ele adorava e que o adorava também e uma tia idosa que o viu crescer e que ajudava a família na criação dos quatro filhos, pois a mãe e o pai trabalhavam para sustentar a família e lhes dar conforto, educação e lazer.
O RO, assim que a mãezinha dele o chamava, adorava computador. Desde os cinco aninhos que ele ficava mexendo no computador. Quando perguntavam o que ele ia ser quando crescer ele nem pensava duas vezes. Vou trabalhar com computador.
Chegou o tempo de escola e aí foi muito bom para ele, pois encontrou um monte de amigos para fazer uma série de coisas legais e que as crianças adoram. Fez amigos para estudar, jogar futebol, ir ao cinema, jogar videogame, ver televisão, ir ao parque, tomar banho de piscina no verão, jogar taco, jogar no computador. Amigos de verdade, como se fossem irmãos. E esses amigos o acompanharam por toda sua vida. Tinha o Pedro, dos cabelos pretos encaracolados como uma ovelhinha, o Thiago, com o cabelo clarinho e os olhos verdes, o Fidel, o Patrick, o Fabinho, o Rodrigo, o Diego, outro menino com os cabelos enroladinhos, além de outros meninos e meninas.
Foi uma época de alegrias, de crescimento, de amor, de lembranças boas, porque era como uma grande família. Todos se conheciam, se relacionavam bem, as professoras eram amigas e carinhosas e os meninos e as meninas eram muito bons alunos, brincalhões, é verdade, mas educados, obedientes, respeitavam a todos. Gostavam tanto que até nos finais de semana iam para escola. Tinha campeonato de futsal e de vôlei.
É muito importante que as crianças possam estudar em uma escola que ofereça esportes para praticarem. Esporte é saúde. Ajuda a desenvolver o corpo e a mente. Ensina, desde pequenos, a dividir, a compartilhar as coisas com os outros e ensina que ter amigos para dividir as alegrias e as tristezas é muito bom.
Roberto também gostava muito de música. No colégio havia uma banda. Uma banda maravilhosa que já havia ganho até campeonato nacional em São Paulo. Pois quando ele era bem pequeno ele saia na frente da banda. Quando ele ficou maior passou a aprender música com o maestro da banda que era uma pessoa com muita paciência. Ele aprendeu a tocar vários instrumentos até chegar ao sax que ele gostava muito.
Roberto teve uma infância, adolescência e juventude muito feliz. Uma família e amigos que o amavam, uma namorada que o amava muito, também.
O Roberto estudou, quando entrou para a faculdade, Ciência da Computação.
Ele se tornou muito, mas muito bom mesmo. Ele se formou e foi ser professor. Tirou o primeiro lugar no concurso.
E o Roberto que foi um bom aluno, gostava do que fazia. Isso é importante, amar o que fazemos - se tornou um ótimo professor, amado pelos alunos que ele também amava, pois aos sábados ele ia jogar futebol com os alunos lá na faculdade onde ele dava aulas.
Roberto sempre foi muito de paz, não brigava com ninguém, não era de ficar de mau humor, era educado com todos. Uma pessoa muito especial. Tão especial que Jesus precisou dele para ensinar lá no céu e o levou com 23 anos. Muito jovem, muito lindo, muito feliz, muito amado.
Todos aqui ficaram tristes, mas muito tristes. Seus pais, irmãs, sobrinha, namorada, amigos, alunos, parentes. Ainda estão muito tristes. E sabem o que eles fazem quando a saudade e a tristeza aumentam?
Olham para o céu e escolhem a estrela mais brilhante, pois é lá que ele deve estar para cuidar de todos nós e das crianças também porque ele adorava crianças e queria ter seus filhos para distribuir todo amor que ele recebeu.
Se você amiguinho que esta lendo essa história ficou triste também, não chore porque o Roberto não gostava de ver ninguém triste.
Então sorria e peça para Jesus e sua mãezinha, a Virgem Maria cuidarem dele na estrela que ele vive.
Pensem nele com muito amor que ele sentirá todo esse amor e será muito feliz onde estiver.

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